Filosofias domésticas

“Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz”. (Epicuro) Fonte
Eu ando bem sumida eu sei. Teve o aniversário de 80 anos da mamãe, algumas viagens curtinhas, encontros e despedidas, casa para limpar, organizar papeizinhos e papelões e meu blog querido acabou ficando um pouquinho de lado. Mas a vida continua e as coisas começam a funcionar novamente.
Nesses dias de ausência lembrei que o Blog completou 4 anos de vida. Estou muito orgulhosa de ver o quanto ele cresceu - Novos rostinhos por aqui sempre me enchem de alegria.
Dias atrás estava lembrando e pensando no tanto que a minha vida mudou e quão mais pratica teria sido se viesse com manual de instrução, ou tivesse internet (cheia de dicas rápidas). Passei anos cansada me sentindo sobrecarregada porque não sabia administrar meu tempo. 
Quando tinha filhos em idade escolar, horários a cumprir, congestionamentos diários e várias tarefas a desempenhar sempre pensava em como aproveitar melhor o tempo livre, mas esbarrava na falta justamente dele, o tempo. Pensava: "no domingo que será um dia mais tranqüilo, vou organizar minhas gavetas, meus papéis ou começar ler aquele livro”, mas como outras tarefas, esta também era apenas mais uma empurrada para a lista de espera a ser realizada no tempo milagroso de algum domingo.
Provavelmente muitos dos que me leem agora passam justamente por isso, aliás, uma das frases mais dita nas últimas décadas é: Agora não posso ou não tenho tempo. E esta falta de tempo eterna gera stress, ansiedade, depressão e sabe se lá mais o quê, e não raro acaba em doenças das mais graves.

Festas de final de ano, por exemplo, encurta ainda mais o tempo das pessoas, principalmente aquelas que começam a surtar e a fazer programações variadas que incluem não só o Natal e o ano novo, mas também o carnaval e até Páscoa! Nossa que medo viu.
Em meio à histeria coletiva que toma conta do mundo nessas épocas de festas, muitas vezes olhava para minha lista de pendências e achava que nunca conseguiria parar, planejar com calma me organizar e descansar
. 
Felizmente o tempo passou e aprendi a me organizar e não me deixar levar mais por essas correrias.
Aprendi, não sem dor que somos sim, responsáveis pelo bom ou mau uso do nosso tempo. Não adianta empurrar para amanha a louça, a casa, os papéis, o casamento ou sabe se lá mais o quê. O melhor a fazer é encarar logo e de frente a bagunça que você criou e se livrar dela o mais rápido possível. Provavelmente vai aparecer tempo para relaxar e descansar, mas pare de querer fazer coisas. Parece que ninguém mais sabe como é ficar quieto e em silêncio total.

Descobri que quando damos a nós mesmos este pequeno luxo para não fazer nada ou quase nada, como tomar um banho demorado, dormir em plena luz do dia, tomar sol, caminhar pelas ruas do bairro e coisas simples assim, acabamos percebendo como são bons estes momentos de dolce far niente, sabath, carpe diem ou preguiça mesmo. 
Contemple-se! Não faça nada, faz bem para o corpo, mente e alma. Nesses momentos somos renovados e assim tocamos a vida em frente com alegria e leveza.

Agradeço sua visita, amizade, carinho, e a todos os comentários deixados aqui ao longo desses anos.

6 comentários:

  1. Sensacional seu texto, é a realidade de muita gente, inclusive a minha. Continuamos sempre em movimento, sem curtir nem um pouquinho o ócio.E como ele contribui para a saúde mental...Beijo!

    ResponderExcluir
  2. Bom dia Yvone.

    Que coisa boa ler esse seu texto. Qta verdade nisso tudo q escreveu.
    Somente recentemente eu tenho me dado ao 'luxo' de não fazer nada, pra dizer a verdade tive q ter uma ressaca brava para poder passar um domingo deitada no sofá assistindo tv, simplesmente, sem me sentir culpada.
    Como você bem escreveu, qdo damos a nós mesmos este pequeno luxo de não fazer nada, ou quase nada, percebemos q são momentos preciosos, nos renergizamos. Momentos em que apenas 'somos'.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns a sua mãe pelo aniversário (saúde, vida, alegria... o que ela precisar!)e a vc, pelo aniversário do blog. O meu completa 1 ano na terça e sei que não é nada fácil mantê-lo vivo.
    Adorei ler seu texto porque expressa minha busca mais recente: serenidade em meio à turbulência (pai doente, etc.), o ócio criativo. Já corri tanto! E ainda me culpo se fico em frente à TV sem fazer nada. Normalmente nem uso a TV, mas se o faço tenho que estar com um bordado ou crochê... Quero me livrar da culpa e existir de forma simples como os lírios do campo. Jesus estava certo, afinal. Eu sempre acabo voltando a Ele.
    Linda semana pra vc!
    Bjo&Carinho,
    Jussara

    ResponderExcluir
  4. Yvone, minha amiga querida, como eu amo seus posts, seu modo de ver a vida, sua alegria!
    Que saudades de ti!!!
    Parabéns pelos 4 anos do blog, e que venham muitos outros mais!
    Te adorooooooooo
    Beijos
    Vero

    ResponderExcluir
  5. Você sempre me premiando com suas palavras e sua sabedoria! Parabéns a vc e sua mãe!
    Beijosssssssssss

    ResponderExcluir
  6. Yvone,
    Com atraso, parabéns para sua mãe, e para você pelo aniversário do seu blog. Lugar gostoso onde sempre encontramos coisas boas.
    Beijo.

    ResponderExcluir

Fala que eu te escuto



Visualizações

Protected by Copyscape Web Copyright Protection

Arquivo

Categorias